quinta-feira, 5 de julho de 2018

Minha primeira viagem


''Vamos viajar para Presidente Figueiredo '' falou meu pai a nós  no ano de   1991.   Era  nossa primeira viagem em família. Levou mais de 3 horas para chegar à Terra das Cachoeiras numa estrada que  se ausentava de asfalto. Fomos  embarcados em um ônibus. E tudo era alegria e novidade pra mim.  Meus pais  aventureiros  estavam  acompanhados de duas crianças. Eu e minha irmã de 5 anos.  

Nos hospedamos em um hotel simples, lembro bem da madeira que desenhava aquele quarto e da simplicidade.

Um das primeiras novidades foi  conhecer a ariranha. Era um pele sedosa  e macia de um animal que nunca tinha visto. Era mansa também. Nunca vou esquecer. Lembro dela sair e entrar nas águas frias e correntes da cachoeira do Urubui. Amei tocá-la e brincar com ela. 

 Depois conheci  uma nascente. Ah, como fiquei intrigada e curiosa. Era cristalina . Mas  queria saber de onde vinha aquela água. E não queria ter ido logo embora, pois ficava pensando porque tinha escolhido nascer ali em meio aquelas grandes pedras.

Mais adiante,  deparei-me com  as estrondosas  cachoeiras. Recordo-me do impacto que o barulho causava em mim ,  mas ficava encantada ao mesmo tempo! Água gélida que me fazia tremer os queixos, mas papai segurava nossas mãos e continuávamos aproveitar.

Foi nesse pequeno e grande deslocamento, que enfrentamos uma trilha para se chegar a uma cachoeira. Lembro que meu pai falava que levaria tempo para chegar. As únicas pessoas que estavam naquela trilha, era minha família.  Não lembro de ter medo e preguica. Meu pai pegou um tronco de uma árvore já trabalhada e colocou no ombro e confiantes fomos. Se surgisse uma cobra, tinha certeza que ele  mataria. Rs A caminhada demorou, mas eu estava tão encantada e queria ser forte que nem meu pai, que não percebi o tempo passar. Lembro da estrondoso barulho da cachoeira, sinalizando que aquela caminhada em família que eu estava adorando chegava ao fim.

Não lembro exatamente quantos dias levou aquela viagem, mas lembro que ela nos oportunizou ainda de visitar a caverna de Maragoaga. Morcegos, cheiro de xixi,  escuridão e queda d’água enorme  me fascinaram naquele dia ao lado da minha família. Como podia existir uma caverna? Pensava eu aos 6 ou 7 anos de idade.

Lembro da minha mãe vestir a mim e a minha irmã com o mesmo modelo de roupa, só  mudavam as  cores. Não nos incomodava. Lembro dos sorrisos em família e da alegria de ter saído da rotina em família e da felicidade com tudo que meus olhos tinham percebido

No meu trabalho hoje, alguém tinha falado que bom era viajar pra longe, depois outra pessoa  disse bom é sair da rotina, seja lá pra onde for. E agora lembrei que exatamente é isso, não importa pra onde seja, se é pra outro continente ou do outro lado do rio. O que importa mesmo é estar ao lado de quem amamos, guardando memórias e aproveitando o que a vida tem a nos oferecer.




quarta-feira, 9 de maio de 2018

Larguei tudo e fui morar no mato...


Devaneio apenas! Rs.

Mas amo lugares verdes, calmos  e os procuro sempre!  Delicio-me e  abasteço-me de tudo que esses pedaços de terra  podem me oferecer. Ser amanhecida por uma ave, ouvir o balançar das árvores e o silêncio, sentir o perfume da natureza , fazer amizade com borboletas e atentar para o curso da água  são alguns dos privilégios desses presentes-lugares. 

Não consigo entender o gosto pelo concreto e o ritmo avassalador da cidade. E há quem não me entenda  também. Rs.

Hoje lembrei de alguns  lugares verdes que já estive e da sensação despretensiosa que o verde nos gera.

Ofereço essas imagens para aqueles que o sossego está longe e  a sensibilidade distante. A natureza é poesia!















sábado, 17 de fevereiro de 2018

Livro- O segredo da Dinamarca

Sabe aquele livro gostoso de  ler? Que nos deixa curiosos e felizes? Foi o que aconteceu ao ler O segredo da Dinamarca da jornalista inglesa Helen Russell. 

O livro conta sobre como vivem os dinamarqueses, já que o país lidera a lista das nações mais felizes do mundo. Sob a ótica da jornalista, são avaliados e pesquisados religião, gênero, educação, vida pessoal, trabalho, sexo e tantos outros itens dessa cultura que está no topo da lista de felicidade.

Uma das grandes curiosidades que a jornalista conta é que lá não há intenção de se ganhar muito dinheiro com o trabalho .  Eles querem algo que dê sentido, por mais que se ganhe menos. Isso contribui para que sejam felizes e motivados  em suas atividades profissionais.  Também não trabalham tanto e não reclamam de suas tarefas. Realidade bem diferente, pois muitas culturas devido à desigualdade social e falta de amparo do Estado , as pessoas são obrigadas a trabalhar muito. Algumas ficam orgulhosas de ser a última  a sair do trabalho  ou  responder um e-mail à  meia noite. Para o  dinamarquês, isso significa que você não é capaz de fazer seu trabalho no tempo certo.  Para eles, há muitas outras possibilidades de atividades além do trabalho.

Outra curiosidade: confiança. Fiquei chocada, pois somos motivados a desconfiar e a protestar contra o engano  desde cedo.  A autora conta que as pessoas deixam seus carrinhos de bebês do lado de fora de restaurantes e cafés sem preocupação alguma ! E  confiam também firmemente no Estado.  Já deu para perceber que confiança  entre eles é altíssima e isso facilita muito a vida !!! 
viagemcomcharme
O país apresenta um pouco mais de cinco milhões de pessoas e acredito que isso (entre outras coisas )   favorece para que  usufruam de uma qualidade de vida espantosa.  Há seguridade social eficiente, não há medo de desemprego, de divórcio,  porque  ninguém ficará tão pobre assim. O Estado supre. 

Claro que não há perfeição e o país apresenta suas mazelas. Contudo,  autora deixa algumas dicas do modo de viver dinamarquês que podem ser colocadas em prática independentemente de onde você esteja:

a.       Confie ( mais )

b.      Fique huggye- desfrute das coisas simples da vida

c.       Use o seu corpo- para sexo, para pedalar e correr

d.      Dê atenção à estética- lembrar da teoria da janela quebrada

e.      Direcione suas opções – poucas opções podem ser uma grande vantagem

f.        Tenha orgulho 

g.       Valorize a família- Caso não tenha, crie uma.

h.      Respeite todos os tipos de trabalho.

i.         Brinque

j.        Compartilhe

Há muitos aspectos curiosos desse povo relatados nesse livro que poderia colocar aqui. Mas vou deixar com você viajar nessa cultura surpreendente desse país chamado  Dinamarca.

terça-feira, 19 de dezembro de 2017

Overdose de Nova Iorque


Foi através de filmes  que Nova Iorque entrou no meu imaginário. Nunca ousei sonhar para ir visitar, mas quando pensava em Nova Iorque, lembrava da famosa Times Square com seus famosos painéis luminosos.
Desembarquei junto com meu marido, no fim da tarde de domingo,  na magnética cidade, depois de 15 horas de voo.  Fomos  recepcionados com a cidade pulsando, com toneladas de gente, estratosféricos painéis e várias línguas. Sim, ficamos hospedados bem próximo à Time Square. Logo ouvi sirenes, senti a intensidade da movimentação, procurei o sol, a lua e quase o céu ( rs. ). Ouvi italiano, indiano, japonês, espanhol e outras que não sabia de onde vinham, vi prédios disputando com o céu de tão altos e  pizza pra todo lado!! Genteeeeee!!



Nova Iorque é riquíssima em diversidade, um caldeirão de culturas, comidas de todo o tipo, museus bacanérrimos para passar o dia (ainda volto no Metropolitan) . Temos oportunidade de  conhecer pessoas do mundo todo !  Muitos trabalhadores  de outros países atrás de uma vida melhor por lá e vi homens fazendo booking de noiva. Percebi que em muitas calçadas das ruas movimentadas, pessoas trabalhavam  em seus notebooks como nada tivesse acontecendo. Isso se repetia em vários cafés também. Dizem que os apartamentos são tão pequenos que os únicos espaços que sobram são esses lugares alternativos.

Andei demasiadamente, não lembro de ter andado tanto na vida quanto lá, visitando e aproveitando tudo que essa cidade  podia me oferecer. Grand Central Station, foi um dos lugares que me marcou, é uma estação de trem que apresenta uma exuberante arquitetura e oferece um leque  democrático de gostosuras, comida mexicana, japonesa, tailandesa e a  brasileira ( a melhor)!! Rs.  Lembro-me também de ter me deliciado com um  maravilhoso macorrini, o melhor que já comi na vida, ainda salivo ao lembrar dele.

Além dos vários restaurantes que essa cidade oferece, as ruas de Nova Iorque são lotadas de carrinhos de rua que vendem comida, lá é possível ter um carrinho de sorvete, um de fruta, um de sanduíche e de hot dog, ah meu kikão, um do lado do outro.  Cheguei até aderir o jeito nova iorquino de ser,  sair andando apressadamente pelas ruas com um café nas mãos e almoçando uma fatia de pizza que você encontra por até dois dólares, mas sabe aqueles cantinhos sujinhos que você não vai na sua própria cidade  ? Pois é, foi lá que compramos a pizza e estava uma delícia!

Sentia-me segura em cada rua e metrô que entrava. Lembro-me dessa segurança  ao andar meia noite no centro de Santiago do Chile. Mas nada comparado ao  Museu de 11 de Setembro e a  uma rua que se preparava para receber um evento, era quase um policial para cada pessoa. E nada de sorrisos, tá?! Para que? Caras fechadas e amarradas era o que se devia mostrar. Ah, mas sou brasileira :)

Pela segunda vez, estivemos  na gigante  Central Park,  ela só ocupa 51 quarteirões de Manhattan, estava mais calma e serena com um italian rool ( o sanduíche que mais comemos ) nas mãos,  percebi como aquele mega parque  serve de  válvula de escape do vuco-vuco da cidade.  Tem lagoas, bicicletas, cafés,  passeio de barcos, espaços para piqueniques ,  esquilos que sobressaltam a sua vista e quilômetros de ruas pra você perder calorias de tanta pizza , hambúrguer e outras besteiras bem aproveitadas.  E algo super interessante, os nova iorquinos se deitam usando biquíni ou roupas nas gramas desse parque  como tivessem indo à praia, tentando captar o sol e relaxar.

 Já fazia uma semana que estávamos em terra nova iorquina e prometi que não faria nada naquela manhã, pois já estava exausta. Porém, lá estava eu nas ruas de Brooklyn, quando me deparei com um som que vinha de uma pequena igreja. Entrei rapidamente junto com meu marido para saber o que era.    Sentamos, respirei e percebi que era uma igreja protestante de negros. No meio da música,  quase ensurdecedora, alegre e cheia de dançantes, aproveitei para registrar o momento, quando por trás fui questionada por uma senhora de quase 70 anos, com cabelos bem trabalhados, perguntando sobre o conteúdo do registro. Ignorei. Mas ela persistiu. Respondi e mostrei. O rosto que ela fez era que não era nada demais. Mas percebi que era melhor ir embora e deixá-los à vontade em seu culto. Seguimos andando pelas ruas de Brooklyn, encantados com as casas sem muros, com cercas baixas . Deparamos com a casa do personagem Chris, a qual foi  foi usada nas gravações do seriado TODO MUNDO ODEIA O ChRIS. Tiramos fotos e seguimos nosso roteiro.

No fim da tarde desse domingo, seguimos para a   famosa HighLine Park, uma espécie de passarela com um jardim suspenso,  super charmosa e iluminada, que deu para avistar de longe, sob um lindo por do sol,  o porto que recebeu os sobreviventes do famoso navio Titanic.  Emendamos para conhecer o charmoso Chelsea Market. Um mercado lindo que oferece boas comidas,  vinhos, sorvete italiano, massa caseira e compras.
Em uma das noites, apostamos  assistir , debaixo de muito cansaço,  a um show da Broadway muito bem trabalhado, mas concluí que  meu inglês precisa melhorar consideravelmente.

Durante nossa estadia , Nova Iorque ainda me ofereceu visita à Estátua da Liberdade, enfrentamos fila para subir o Top of the Rock e o Empire State Building. Relaxei na encantadora Brian Park, como adorei aquele parque! Conseguimos dar um pulo em outras cidades , conhecemos a famosa  Casa Branca, que fica em  Washington, Filadélfia e  a adorável cidade de  Boston.

A cidade mais cosmopolita do mundo ( dizem )  me deixou cansada e exausta com tantas descobertas. Mas foi um cansaço produzido pela curiosidade e por um ´´ novo mundo ´´ que nasceu dentro de mim.



terça-feira, 16 de maio de 2017

O TEMPO

Rendi-me bem moderadamente a um seriado na NETFLIX( Gilmore Girls),  algum tempo atrás. Não consigo passar muito tempo em frente de TV . Mas esse atraiu-me devido à experiência que acho que toda adolescente da minha época passou ao assisti-lo. Deliciei-me  com cada capítulo. A memória sonora projetou-me a uma fase rápida da vida, o enredo, os dramas, os lugares, tudo me despertou doces lembranças. 




Na série há uma adolescente que a chamam de ''Rory'', que é muito estudiosa e  quer entrar em HARVARD  ( meu sonho de menina). Tem  conflitos amorosos, é  bonita e tímida.  Há também um mãe descolada,  companheira e cheia de embates com os avós de Rory.  As festas também são  o máximo! Na primeira vez que assisti, havia um certa identificação ou no desejo de ser que nem ela e ter uma mãe que que nem a  Lorelai.

No decorrer dos capítulos da temporada, percebi como a percepção do nosso olhar muda, comecei a perceber coisas no seriado que meus olhos e cognição não se davam o trabalho de processar na época. Um exemplo, é  a questão da maternidade sem um companheiro.  Quando adolescente,  não percebia as críticas e dificuldades que a  mãe pode passar por não ter ajuda do pai da criança, antes não via os problemas que sensivelmente a série mostra. Outro exemplo, como  a falta de empatia de uma mãe pode trazer problemas  na criação dos filhos. E outra, como elas não se preocupam com a qualidade da comida! Tudo industrializado e tudo se resolvia com pizza! Como a Loreray é desorganizada com as coisas de casa ! Lane Kim, a melhor amiga da Rory, passa boa parte do tempo escondendo da mãe sua verdadeira personalidade e seus gostos por ter crescido em uma família rigidamente religiosa na qual  não há diálogo. 

É, eu cresci e fiquei muito mais crítica, receosa e mais séria. Os meus olhos não atentavam para as imperfeições desse mundo ou eram bem menores, não davam importância e nem falava sobre eles. Meus olhos eram mais inocentes.  Mas,   faz parte da vida. 

Essa questão do tempo é interessante, pois o tempo muda nosso olhar. Quantos lugares eram enormes quando crianças e hoje eles são pequenos? Quantas dores desconhecíamos e hoje somos íntimas! Quantas coisas nos alegravam como sair correndo atrás de uma  borboleta e hoje as expulsamos sorrateiramente. Como fazíamos as pazes rapidamente? Como enxergávamos certas pessoas enormes e quando a reencontramos somos até maiores que ela? A vida é assim. Há quem diga que é maturidade, pode até ser e precisamos! Mas confesso, que às vezes,  dá uma saudade de uma vida menos despretensiosa e mais leve! O  bom da série é isso,  as emoções  se misturam às emoções das idealizações de adolescentes ao lado das problemáticas que a vida nos oferece.

segunda-feira, 1 de maio de 2017

HISTÓRIA NOSSA

Algum tempo atrás,  li  alguns livros de Augusto Cury.  E na maioria deles, ele fala sobre que tipo de história que estamos  escrevendo nessa vida e fiquei pensando nisso. Qual é o conteúdo dela e para quem é? O que temos ignorado, o que temos feito de importante que vai impactar nosso próximo ? Que significado ela tem? E não falo de histórias que são dignas de prêmio nobel e nem daquelas que são resumidas quando alguém morre e alguém me diz: ele era um homem bom. Mas falo da nossa REAL  vida que construímos ao estar em nosso ambiente de trabalho, família, casamento, amigos e tantas outras instâncias.  Como verdadeiramente queremos ser conhecidos? 

Às vezes,  até decidimos fazer uma história digna , mas reconheço que em alguns capítulos sempre estarão personagens que  farão  coisas que não gostamos e reagiremos de maneira estúpida ou não. Entrarão situações que não estavam no script, mas independente disso, o capítulo será escrito e será de nossa autoria. Difícil essa parte, mas é real!  Porém, quando escrevemos com responsabilidade ,   temos  oportunidades para nos transformar e aqueles que nos cercam também. 

Viver sem um  propósito claro,  nos leva a escolhas errôneas e muitas vezes culpamos o outro por levarmos uma vida tão chata, sem graça e sem realizações.  Ter a consciência dos nossos valores que adotamos é importante para que tenhamos uma visão melhor de que vida e história  estamos levando. Transferir nossos erros nos impede de descobrir nossa capacidade e o nosso super poder de mudança. 


Vivemos em uma uma sociedade consumista, individualista, com paixões efêmeras, frivolidades, apelo ao supérfluo e desrespeito ao semelhante. E construir uma vida indo um pouco na contramão disso tudo, faz-se necessário construir bases sólidas e firmes e estar disposto  muitas vezes a se sentir um peixe fora d`agua. Sim! Quantas vezes somos encorajados a  pagar na mesma moeda e a não ajudar quem nao merece e nao fazemos? E é diante desses valores que vamos construindo nossa história. Ou os adotamos ou repelimos. 

É claro que dentro da nossa história tem acertos e erros, alguns acessíveis ou não ao outro. Mas desejo que verdadeiramente  nos orgulhemos da trajetória que estamos fazendo, que nos superemos e deixemos de lado o que nos atrapalha e façamos a diferença nesse mundo que já tem o seu sistema bem definido. Conquistemos com afinco aquilo que o dinheiro não compra!

segunda-feira, 6 de março de 2017

A grama do vizinho nem sempre é mais verde



Desde que nascemos,  somos comparados e com o tempo aprendemos a nos compararDepois de crescidos,  somos tentados  a pensar que a vida do outro, às vezes, é melhor que a nossa. Ainda mais nessa época que temos oportunidade de mostrar nossa melhor versão nas redes sociais e nos esquecemos do que há além das alegrias e da suposta vida melhor.  -Nossa, que vida boa ele tem, olha o marido dela cozinha e o meu não  , olha ela tem um ótimo emprego, olha que apartamento legal eles têm, olha ela sempre está de bem com a vida, olha, aquele casal é perfeito, a mulher do meu próximo é mais divertida e elegante, a escola do filho da fulana é maravilhosa! Por pensarmos assim, as vezes até tiramos o direito do outro sofrer , por achar que a vida dele é melhor que a nossa. 

Todos, mas todos mesmo,  têm os seus desafios em diferentes níveis. O sucesso que você considera no outro,  talvez você não estaria disposto a pagar, ou então, teria que abrir mão de princípios e valores para chegar lá. Não sabemos que percurso real foi necessário para ter aquela suposta grama tão  verde. Então a melhor coisa é olharmos nossa vida e somente nela ! Na verdade, não sabemos de nada da vida do outro , o que fazemos são  especulações , imaginações e ilusões sobre a vida do nosso próximo que tanto admiramos a grama. O que parece de fato, nas maioria das vezes não é !! E se for, ótimo! Arregacemos a nossas mangas e reguemos o nosso jardim. 


Encarar nossa realidade, trabalhar nossos defeitos e desafios são tarefas árduas. Regar nosso jardim exige foco e sabedoria. Reconhecer que somos únicos, com talentos diferentes, com caminhos diferentes nos fazem  ter um olhar mais maduro e justo com nosso próximo. Sermos gratos pelas coisas que batalhamos tanto e valorizá-las são coisas de gente madura que entendeu o percurso da vida, por mais que essas coisas  não tenham tanto prestígio nesse mundo passageiro. Vamos nos alegrar sim pelas conquistas do nosso próximo, mas sem esquecer que temos nosso jardim para regar e  que todos estão no mesmo barco com duros desafios diante dessa vida.